Policial

Em artigo comunicador da Cáritas fala sobre Educação Contextualizada na região dos Inhamuns.

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ERALDO PAULINHO, COMUNICADOR POPULAR DA CÁRITAS DIOCESANA DE CRATEÚS, ESCREVEU UM IMPORTANTE ARTIGO SOBRE A EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA NA REGIÃO DOS INHAMUNS.

Aproximadamente 10 anos depois de contribuir para revolucionar a visão sobre educação contextualizada para convivência com o Semiárido na região dos Inhamuns/ Crateús, no Ceará, membros do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Aplicada (IRPAA) retornaram mais uma vez para aprofundar os conhecimentos de educadoras e educadores engajadas/os nesse propósito. Durante os dias 17 a 19/ 10 estiveram presentes em seminários temáticos que discutiram o Plano Político-pedagógico (PPP) em Tamboril e Crateús, e em estudo sobre contextualização dos currículos realizado na sede da Cáritas Diocesana de Crateús.

Entre as participantes e os participantes desses encontros estavam educadoras/es presentes nas primeiras formações do IRPAA em 2004, quando através de mesas de negociação as famílias cobraram a implementação de um modelo de educação que considerasse as potencialidades e os desafios do Semiárido, em detrimento de uma visão sulista e estigmatizada oriunda da região Sudeste e materializada em livros didáticos importados de lá. Uma proposta piloto iniciada com 100 professoras/es de Quiterianópolis e Independência, hoje conta com 476 educadoras/es destes dois municípios e ainda de Tamboril, Nova Russas e Ipaporanga.

Uma das pessoas que estiveram desde a fase seminal da proposta na região de Crateús é Erdimária Silva, que contribuiu para a implementação dela em Quiterianópolis, em 2004, e atualmente é uma das assessoras pedagógicas que acompanham 71 escolas em cinco municípios. “Importante para nós aprofundarmos essas temáticas porque tanto em escolas em que essa maneira de ser já é adotada há 7 anos e outras que estão começando têm dúvidas a respeito disso”, explicou. Participaram desses momentos educadoras/es, assim como membros das respectivas secretarias municipais de educação. Essas pessoas compõem a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab) da região.

A ação é parte integrante do projeto “Educação Contextualizada no Sertão do Ceará”, realizado pela Cáritas Diocesana de Crateús e patrocinado pela Petrobrás. São cerca de 5.700 educandas e educandos beneficiadas/os. Pessoas que estão tendo oportunidade de ter, desde a educação básica, uma visão crítica do universo que as cerca a partir do conhecimento da própria realidade local. Essa forma de fazer educação tem feito a comunidade toda se envolver com a vida escolar e tem contribuído para a produção de conhecimentos intelectual e agrícolas na perspectiva da convivência harmônica com o Semiárido.

APROFUNDAMENTO

Não basta que apenas se altere o PPP e se insiram discussões locais nas matérias estudadas. É preciso que a proposta esteja no ser da escola, porque Educação Contextualizada é um compromisso político, e para isso ser possível tanto educadoras/es quanto estudantes e comunidade precisam estar envolvidos integralmente com essa proposta”, provocou Edileuza Silva. Além dela, Edineusa Sousa e Antônio Ivo Rodrigues foram os formadores do IRPAA nos dois seminários e no estudo temático.

De acordo com Edineusa, é possível ver na região de Crateús a consolidação dessa maneira de ser educação ao visitar as experiências. “Quando a gente chega numa escola dessa região e conversa com educadoras/es e estudantes, percebe que não há teatro ali, e sim algo concreto. Por isso essa o Ceará é para nós um dos grandes exemplos de como isso tudo que a gente prega em livros e seminários pode dar realmente certo”, pontuou a formadora.

Nós gostaríamos de agradecer a leveza e a serenidade com que os temas são trazidos pelo IRPAA. Uma das coisas que a gente aprende sobre educação contextualizada é que quanto mais se aprende, mais dúvidas surgem. E isso é fundamental para o nosso crescimento”, avaliou Eliane Amorim, educadora da Escola Família Agrícola Dom Fragoso, a maior referência nesse modo de ser educação no estado do Ceará. Segundo ela, perceber o crescimento enquanto ser humano de todas as pessoas envolvidas está entre o que há de mais gratificante para quem aceita o desafio de educar com mais humanidade e respeitando os saberes locais.

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