Sob o título “Alerta às Instituições”, o deputado federal Leônidas Cristino (Pros) analisa o posicionamento do ex-ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), ontem, na Câmara, o que causou a sua saída do Ministério. Artigo foi publicado no Blog do Eliomar.
O gesto do então ministro da Educação, Cid Gomes, de reafirmar suas declarações no plenário da Câmara na quarta-feira (dia 18), na comissão geral que resultou no seu afastamento do cargo, foi um marco, um alerta aos representantes do povo na Câmara Federal. As instituições republicanas e a própria democracia devem agradecê-lo pela atitude – por não ter negociado, por não ter traído a sua história.
Cid Gomes demonstrou total desapego ao cargo, o que mostra que ele cultiva valores superiores e não se subjuga a interesses pequenos. Diante da situação, assumiu com altivez um comportamento corajoso e autêntico, sem fugir à sua formação, princípios éticos e à verdade.
Foi muito importante para o Parlamento e para o País ele não ter dissimulado absolutamente nada ao se explicar como ministro em atendimento a uma convocação da Câmara. Antes de ser interpretada como um ato de arrogância, afronta ou petulância, a forma como agiu na sessão representa muito mais um alerta ao Poder Legislativo.
Compreendemos que o país atravessa uma crise ética, política, econômica e de representatividade, cuja gravidade põe em risco as instituições. Todavia, se o Parlamento não se guardar ao seu papel constitucional, a crise tende a se agravar.
Cid foi claro ao afastar de qualquer generalização a palavra gravada à sua revelia no Pará e no respeito ao Parlamento. Tanto que alguns líderes que ocuparam a tribuna naquela ocasião não se sentiram incluídos. Mas o seu pensamento encontrou eco no coração de tantos que querem dias melhores para o nosso país e merece reflexão.
(Leônidas Cristino | Deputado federal do Pros)