Policial

Instituto federal no Ceará pede liberação de verbas retidas pelo MEC.

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) solicitou ao Ministério da Educação (MEC) a liberação das verbas contingenciadas por determinação do governo federal. De acordo com o pró-reitor de Administração e Planejamento, Tássio Lofti, a instituição dispõe, desde sexta-feira (10), de cerca de 75% dos orçamentos retidos, destinados ao custeio dos campi e à assistência estudantil, que serão repassados às unidades nesta semana.

Na última quarta-feira (08), estudantes do Campus de Canindé, a 118 quilômetros de Fortaleza, fizeram manifestação contra a retenção das verbas. O grupo fechou o acesso da BR-020 à cidade por cerca de três horas. Segundo líderes do movimento, o ato reuniu cerca de 100 pessoas, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estimou os participantes em 50.

Com cerca de 20 mil alunos matriculados nos 27 campi, o IFCE tem orçamento de custos essenciais, como energia elétrica, internet e limpeza, estimado em R$ 52 milhões, e verba destinada à assistência estudantil, de R$ 18 milhões. Desses valores, foram contingenciados 37% e 30%, respectivamente.

Segundo Lafaete Moreira, aluno do IFCE de Canindé, a ausência desses valores afeta os estudantes que precisam de auxílio para transporte ou moradia, por exemplo. O último edital de seleção de estudantes para receber os auxílios no campus foi apenas para cadastro de reserva. O auxílio-formação, destinado ao desenvolvimento de projetos na área de atuação dos estudantes, e as visitas técnicas de cursos, como o de turismo, também foram afetados, disse ele.

“Existe uma política de repasse dos recursos da educação para instituições privadas. Nós não somos contra programas como o Fies [Financiamento Estudantil]. Somos a favor de que exista uma reparação do déficit de vagas na educação superior”, enfatizou Lafaete. Ele explicou que a luta dos estudantes é em prol da educação, mas contra a política de ajuste fiscal na educação. Os estudantes querem, por exemplo, que a verba seja 100% liberada e o orçamento dos institutos federais, repensado, pois “ainda estão muito aquém em relação às universidades federais”, afirmou.

O diretor-geral do Campus de Canindé, Francisco Vidal, considera a liberação dos valores contingenciados necessária para que a unidade continue a funcionar até o fim do ano letivo. Sem eles, a verba existente só cobre os custos atuais até agosto, acrescentou Vidal. Para ele, com a expansão para o interior, o IFCE tem hoje grande importância para o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões.

Segundo Vidal, a reitoria do campus tenta sensibiliza o MEC para a importância do aporte de recursos para que a unidade possa cumprir sua missão na sociedade. Ele informou que, para atender aos estudantes selecionados no edital para concessão de auxílios, foi preciso remanejar recursos de outra rubrica.

Tássio Lofti disse que, mesmo com orçamento retido, seria possível os campi continuarem funcionando até o fim de 2015, embora admita que na assistência estudantil poderia ocorrer “o não atendimento pleno” das demandas. Ele informou que o compromisso do MEC foi liberar 100% da verba. Lofti minimizou a situação do contingenciamento, ao explicar que, mesmo em situações normais, o governo federal não libera toda a verba destinada em parcela única. “Muitas vezes, faz-se um alarde desnecessário. Em geral, a instituição está funcionando bem, não tem essas dificuldades enormes, não”, acrescentou.

(Agência Brasil)

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