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Mortes por acidentes caem 11% em um ano.

Após alguns anos de estabilidade, o número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito caiu mais de 11%. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde apontam que em 2015, 38.651 pessoas foram vítimas do trânsito, contra 43.780 óbitos registrados no ano anterior. Entre as causas em que as mortes tiveram redução significativa, estão os acidentes com automóvel e os atropelamentos, com um decréscimo de 23,9% e 21,5%, respectivamente. Entre os motociclistas também houve redução da mortalidade em 4,8%. Pelos números, mais de cinco mil vidas foram poupadas em todo o país.

Em números absolutos, os estados de São Paulo (1.169 óbitos), Rio de Janeiro (709) e Bahia (472) apresentaram a maior redução de mortes no trânsito. Em contrapartida, Paraíba (62), Sergipe (39) e Roraima (18) tiveram aumento no número de óbitos. Entre as capitais, Goiânia (GO), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) se destacaram na queda de vítimas por acidentes de trânsito.

A redução pode estar relacionada à efetividade das ações de fiscalização após a lei seca, que neste ano completa 9 anos de vigência. Além de mudar os hábitos dos brasileiros, a lei trouxe um maior rigor na punição e no bolso de quem a desobedece. Com o passar dos anos, a lei passou por mudanças e ficou mais severa com o objetivo de aumentar a conscientização de não se misturar bebida com direção.

A desaceleração da economia também pode ter contribuído. De 2014 para 2015, o aumento da frota de veículos automotivos no país foi de 4,6%, bem abaixo do registrado de 2010 a 2015, quando a frota total de veículos triplicou. A municipalização do trânsito, que é a integração do município ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), também tem papel fundamental nessa redução, já que, com a responsabilidade passando a ser local, as cidades podem criar órgãos executivos de trânsito. Os municípios que adotaram essa estratégia houve maior redução do número de óbitos por acidentes de trânsito, com queda de 12,8%. Nos demais, a queda foi menor, 8,9%.

QUEDA NAS INTERNAÇÕES – No mesmo período, as internações em decorrência de acidentes de trânsito também apresentaram queda em todo o país. Foram 1.018 internações a menos em comparação com o ano de 2014. A maior redução foi entre os pedestres, 8.078 internações. Os ocupantes de automóveis também apresentaram redução: foram 773 internações. Apesar disso, ainda é importante ter atenção com motociclistas e ciclistas no trânsito. Isso porque, entre essas vítimas houve aumento de 4.061 e 1.669 respectivamente.

Esses acidentes respondem por boa parte das internações hospitalares e pela maioria dos atendimentos de urgência e emergência, que geram altos custos sociais, como cuidados em saúde, perdas materiais e despesas previdenciárias, além de grande sofrimento para as vítimas e seus familiares. Em 2015, ocorreram 158.728 internações por ATT com custo de R$ 242 milhões para o SUS, sendo que mais de 50% das internações e seus cursos envolveram motociclistas.

ÀLCOOL E DIREÇÃO – Apesar da queda de mortes por acidentes de trânsito, um dado ainda preocupa: o aumento no percentual de brasileiros que combinam álcool e direção. De acordo com a Pesquisa deVigilância de fatores de risco e proteção para Doenças Crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, em 2016, 7,3% da população adulta das capitais brasileiras declararam que bebem e dirigem.No ano anterior, o índice foi de apenas 5,5%. Um aumento de 32%, em apenas um ano.

“É um registro de redução que deve ser perseguido por todos. Acidente de trânsito é um problema que precisa ser enfrentado com muita clareza e determinação de toda a sociedade, pois causa danos às famílias que acabam perdendo seus entes queridos”, alertou o Ministro da Saúde, Ricardo Barros.

VIDA NO TRÂNSITO – Em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde desenvolve, desde 2010, uma ação nos pontos com maiores problemas e maior fiscalização, principalmente no que se refere ao “álcool e direção” e à velocidade excessiva e/ou inadequada. O Vida no Trânsito ressalta a importância da articulação do setor saúde com o trânsito no cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro nos componentes da vigilância (informação qualificada, monitoramento das lesões e mortes e fatores de risco), prevenção e cuidado pré-hospitalar, hospitalar e de reabilitação ofertado às vítimas. O Programa iniciou em cinco capitais do país: Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Palmas e Teresina, a partir de 2013, foi implantado nas demais capitais, e em alguns municípios (Guarulhos-SP, Campinas-SP, São Gonçalo-RJ, São José dos Pinhais-PR e Foz do Iguaçu-PR).

COMO É A LEI SECA – Atualmente o condutor que ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica e for submetido à fiscalização de trânsito está sujeito a multa no valor de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Em caso de reincidência, o valor da multa é dobrado.

Acompanhando a implementação da lei, o Vigitel passou a estimar a frequência de indivíduos que referiram conduzir veículo motorizado após o consumo de bebida alcoólica, independentemente da quantidade de bebida consumida e da periodicidade dessa prática.

Número de óbitos de ATT por estado

UF/Região

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Brasil

42.844

43.256

44.812

42.266

43.780

38.651

São Paulo

7.397

7.559

7.223

6.809

7.303

6.134

Rio de Janeiro

2.909

2.767

3.044

2.691

2.902

2.193

Bahia

2.593

2.630

2.854

2.666

2.737

2.265

Minas Gerais

4.176

4.456

4.290

4.140

4.212

3.816

Ceara

2.065

2.067

2.442

2.362

2.634

2.305

Paraná

3.423

3.390

3.616

3.148

3.047

2.720

Santa Catarina

1.882

2.001

1.941

1.712

1.871

1.587

Goiás

2.010

1.906

2.054

2.011

2.148

1.866

R G do Sul

2.280

2.138

2.131

2.100

2.078

1.821

Maranhão

1.354

1.515

1.760

1.626

1.808

1.633

M Grosso do Sul

764

841

798

798

826

657

Espirito Santo

1.116

1.134

1.163

1.067

991

846

Alagoas

782

830

836

775

832

732

Mato Grosso

1.112

1.055

1.139

1.154

1.125

1.041

Piauí

975

1.007

1.132

1.091

1.204

1.123

Distrito Federal

555

552

552

525

520

463

Tocantins

516

504

499

481

566

527

Amapá

122

150

124

117

128

91

Rondônia

612

592

665

546

540

506

Amazonas

478

513

464

453

469

440

Pernambuco

1.981

2.014

2.037

1.867

1.912

1.886

Para

1.358

1.378

1.541

1.564

1.579

1.556

Acre

134

161

163

134

138

115

R G do Norte

645

592

601

611

585

584

Roraima

147

135

147

151

141

159

Sergipe

613

570

627

659

526

565

Paraíba

845

799

969

1.008

958

1.020

(Com informações da Agência de Saúde)

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