Regionais

Educar para a convivência com o nosso Semiárido.

Estudantes de 20 municípios em mais de cem escolas do sertão cearense e 1.200 professores participam de um projeto inédito sobre tecnologias de convivência com o Semiárido. A ação pedagógica, em sua primeira etapa, ocorre ao longo deste semestre, mas a finalização dos trabalhos será neste mês de novembro e em dezembro, nas regiões dos Inhamuns, Sertão Central, Sertão de Canindé e Sertões de Crateús. O programa tem duração prevista de quatro anos.

O esforço do projeto é mostrar as possibilidade de convivência com o Semiárido, as causas e consequências dos efeitos da seca, a importância do conhecimento do bioma, a importância das tecnologias de produção e armazenamento de água: cisternas, quintais produtivos, mandalas, agrofloresta, reúso de água cinza e barragens subterrâneas. As apresentações pedagógicas começaram em agosto.

Nos livros de Geografia, no ensino regular, pouco se conhece do bioma Caatinga, a sua importância, a sua riqueza de diversidade e a sua capacidade de resistir e produzir mesmo em anos de estiagem. Mediante essa realidade, surgiu a proposta de contextualizar o ensino em sala de aula à realidade de educadores e estudantes que vivem no Semiárido. O projeto “Contexto: Educação, Gênero, Emancipação” promove, ao longo deste segundo semestre, formações e acompanhamento pedagógico sobre o tema “Os Modelos de Convivência com o Semiárido”, em escolas de regiões consideradas secas, de reduzido índice meteorológico.

A iniciativa recebe parte de financiamento da União Europeia e da ONG We World Onlus. O projeto tem como realizadores uma rede de organizações com vasta experiência no campo social e educacional. São elas: We World, ACACE, Cáritas Diocesana de Crateús, EFA Dom Fragoso, Centro de Pesquisa e Assessoria (Esplar), Instituto Maria da Penha e Pastoral do Menor NE1.

Segundo o coordenador do projeto, Rosângelo Marcelino, logo no primeiro ciclo de oficinas, foi possível superar as expectativas de participação nas formações. “A ação estava prevista em 50 escolas, mas conseguimos alcançar 126, envolvendo mais de 1.500 participantes”, pontuou. “Foram atendidos 1200 educadores”. A equipe percorreu cerca de 7 mil quilômetros entre as escolas que receberam as formações. “Estamos otimistas com a forma que o projeto está sendo abraçado pelas escolas e, principalmente, pelos educadores que estão participando das atividades”, ressaltou Rosângelo Marcelino.

Além dos educadores, técnicos das secretarias de Educação dos municípios participantes estiveram presentes na formação para acompanhar e ser parte do processo de transformação social e educacional de sua região.

De forma didática e interativa, as oficinas fizeram uma ampla abordagem sobre o conceito do Semiárido, desde um panorama nacional, regional e local, aos princípios da educação contextualizada, as experiências dos quintais produtivos, mandalas, agrofloresta, sistema bioágua, além de um olhar crítico sobre o que se fala da seca no Nordeste e a realidade de quem convive nessa região.

A ação foi ministrada pelas pedagogas da Cáritas Diocesana de Crateús. Em quatro municípios que já possuem a educação contextualizada universalizada, como política pública, o projeto levantou outras temáticas também importantes na proposta de levar aos professores assuntos que fazem parte da realidade e convivência dos estudantes. Para a secretária de Educação de Solonópole, Gorete Pinto, o projeto vem proporcionando uma importante oportunidade de transformar uma visão construída ao longo de gerações.

(Com Diário do Nordeste)

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