Há seis anos registrando chuvas abaixo da média, o Ceará vem enfrentando a maior seca da história. Os efeitos da estiagem, há muito restritos às populações rurais e aos pequenos distritos, chegou às sedes municipais, onde residem atualmente cerca de 80% da população cearense. Diante da escassez, o Governo do Ceará tem adotado ações de gestão dos recursos hídricos e desenvolvido medidas emergenciais para diversificar as fontes hídricas. Dentre elas, a perfuração de poços.
Para se ter uma ideia, nos três primeiros anos da atual gestão, a Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) perfurou 4.515 poços, distribuídos em todas as regiões do estado. O número representa 40% de todos os poços perfurados pela Sohidra nos seus 30 anos. Este, que é o maior programa de construção de poços já visto no Ceará, compõe o Plano Estadual de Convivência com o Semiárido, criado no início de 2015, por orientação do governador Camilo Santana e coordenado pelo secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira.
A medida tem garantido hoje o abastecimento de cidades inteiras com água subterrânea. Se o poço apresenta baixa vazão, instala-se chafariz. Não há água perdida. Um só município – Boa Viagem, no Sertão de Canindé – já recebeu mais de 200 poços na busca pelo mínimo de vazão que garanta o abastecimento. Em Pedra Branca, em virtude das baixas vazões encontradas nos poços construídos, uma rede adensada de chafarizes foi montada na malha urbana. Dessa forma, se não tem água na torneira, o cidadão pode encontrá-la a alguns passos da porta de casa.
Para regiões onde a água subterrânea não é própria para consumo humano, a instalação de sistemas de dessalinização foi a saída adotada para evitar o desabastecimento. Nesses últimos três anos, 372 comunidades passaram a ter água potável graças a instalação de dessalinizadores.
(Com Sohidra)