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Aumento de casos de AVC entre mulheres alerta para necessidade de prevenção

Nas últimas décadas, as mulheres viveram o aumento da escolaridade, a entrada e permanência no mercado de trabalho, a diminuição do tamanho das famílias e o aumento dos domicílios chefiados por elas. A dupla jornada e a rotina exaustiva afetam a mulher quando ela não encontra tempo de cuidar da própria saúde. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o número de mortes em decorrência do Acidente Vascular Cerebral (AVC), cresceu mais significativamente entre mulheres no período de 2010 e 2015.

Segundo o coordenador da Linha de Cuidados de AVC da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), João José Carvalho, esse aumento vem sendo causado por conta da falta de prevenção por parte das pacientes. O neurologista afirma que a partir dos 40 anos, periodicamente, a mulher tem que consultar um especialista.

“Já está comprovado que o AVC mata mais do que câncer de mama e câncer de colo de útero, então, as mulheres têm que se cuidar mais e ir regularmente ao médico, principalmente para monitorar os fatores de risco do AVC, no qual o principal vilão é a pressão alta”, relata o especialista.

Prevenção

Ana Paula de Lima Sales, 38, está internada na unidade de AVC do HGF desde a última terça-feira, 5, quando teve um AVC isquêmico leve. Ela conta que estava em casa deitada, quando começou a sentir os sintomas e logo chamou o marido.

“Eu estava em casa deitada e fui dormir preocupada com meu filho, porque ele tinha bebido. Uma hora depois eu comecei a passar mal, senti um suor, uma parte do corpo dormente e estava com muita tontura. Logo eu reconheci os sinais e fui medir a pressão que deu alta. Meu marido já me levou pra UPA e de imediato me transferiram para o HGF, onde já fiz os exames e as medicações corretas”, conta.

O Ceará registrou curva ascendente na taxa de mortalidade por AVC entre mulheres no período de 2010 a 2017. Popularmente conhecidos como derrames, os acidentes vasculares cerebrais são atualmente os principais responsáveis por incapacidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os fatores de risco para o AVC entre homens e mulheres estão má alimentação, sedentarismo, estresse, tabagismo, alcoolismo, hipertensão, diabetes, colesterol alto e diabetes.

Mais de 90% dos AVCs podem ser evitados desde que as pessoas controlem esses fatores. Com acompanhamento médico regular e alimentação adequada, aliada à pratica de atividades físicas, é possível reduzir o risco de ter AVC em até 80%, explica o neurologista.

A aposentada Marina Andrade Araújo, 80 anos, está internada na Unidade de AVC do HGF, desde o último dia 26, se recuperando de um AVC isquêmico. Filho único, Araújo Neto, 38, conta que a mãe sempre levou uma vida saudável e que não imaginava que isso pudesse acontecer. “Ela sempre praticou atividades, fazia a costura dela e mantém uma alimentação bastante equilibrada, mesmo antes da descoberta dos problemas como: hipertensão, colesterol alto, essas coisas que a gente sabe que com o tempo aparecem. Eu não imaginei que ela pudesse ter algo assim”, explicou.

Dona Marina, estava em um evento no bairro onde mora quando sentiu uma dor na cabeça e ficou desorientada. “Eu estava em pé quando senti uma dor e coloquei a mãe na cabeça. Só me lembro de me levarem para a UPA e depois para o hospital, onde tudo foi feito muito rápido”, relata. Araújo Neto ressalta que graças à detecção correta dos sintomas e o rápido atendimento, dona Marina está bem.

Estima-se que por ano, haja 16.000 mil novos casos de AVC no Ceará dos quais 80%, são isquêmicos (quando ocorre a obstrução de uma artéria cerebral por um coágulo) e 20% hemorrágicos (quando ocorre a ruptura de uma artéria cerebral). Ou seja, em média, a cada 30 minutos um novo caso de AVC acontece em nosso estado.

Unidade de AVC do HGF

Em média, a emergência do Hospital Geral de Fortaleza, atende por mês 240 pessoas vítimas de AVC. Por ano, 1.900 dão entrada pela emergência e 800 pacientes ficam internados na unidade de AVC. O HGF foi a primeiro hospital público do Ceará a oferecer tratamento a partir do trombolítico, medicamento que dissolve coágulos no cérebro e diminui em quase 50% possíveis sequelas da doença, além de reduzir em cerca de 30% a mortalidade. A unidade de AVC investe na reabilitação precoce por meio de uma equipe multidisciplinar. São médicos neurologistas, enfermeiros capacitados para tratar de AVC, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que monitoram, 24 horas por dia, 20 leitos de internação.

Como reconhecer um AVC

Diante de uma pessoa com suspeita de AVC deve-se lembrar de quatro palavras: sorriso, abraço, mensagem, urgente. É a escala SAMU. É fácil de ser aplicada.

Pede-se para a pessoa sorrir, levantar os braços como se fosse abraçar e repetir uma mensagem. Se o paciente sorrir torto, não levantar um dos braços ou se levantar esse logo cair ou se não compreender ou conseguir repetir a mensagem, URGENTE, chame o SAMU.

Os sintomas do derrame são: perda súbita da força muscular em um lado do corpo; formigamento/dormência em um lado do corpo; dificuldade súbita para falar e/ou compreender o que se fala; perda visual súbita, particularmente de um olho apenas; tontura/vertigem e/ou dificuldade no equilíbrio de instalação súbita; e dor de cabeça súbita, diferente de todas que a pessoa já sentiu, sem causa aparente.

(Com Sesa)

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