Cerca de 800 trabalhadores Ligados ao Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam na madrugada desta segunda-feira (15), a sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), em Fortaleza. Segundo o movimento, a ação faz parte da Jornada Nacional de lutas pela Reforma Agrária que acontece no mês abril.
Os trabalhadores reivindicam desapropriação das áreas ocupadas, que somam mais de 2 mil famílias, infraestrutura para assentamentos, construção de escolas do campo, projetos produtivos principalmente para juventude, dentre outros.
Dentre as reivindicações a nível nacional está a defesa da Reforma Agrária, a luta contra a aprovação da Reforma da Previdência, contra os retrocessos e retirada de direitos da classe trabalhadora.
Para Neidinha Lopes, da coordenação do MST “a jornada nacional de lutas em defesa da Reforma Agrária acontece em um momento em que o país passa por uma crise criada pelo próprio sistema capitalista e que precisa retirar direitos do povo, e nós camponeses somos também afetados com esses vários ataques, entre eles o da previdência social e paralisação da Agrária, a nossa mobilização reafirma a necessária a construção de um projeto popular país, para devolver aos camponeses o direito de plantar e principalmente viver com dignidade”.
“eu estou acampada há 8 anos, é muito difícil, mas não podemos desistir, junto com o movimento vamos lutar para garantir essa conquista, há um processo de negociação junto ao governo do estado mas não tem avançado, isso é preocupante pois na atual conjuntura a situação só fica mais difícil pra obtenção de terra. No Ceará nós temos hoje mais de 2 mil famílias acampadas, e na mesma situação, a principal preocupação tem sido com os ataques aos nossos acampamentos, no último período tem acontecido despejos e as famílias são jogadas sem ter para onde ir, não queremos que isso aconteça com nenhuma família”, afirma Francisca Maria, acampada no acampamento Júlio Campo em Quixeramobim.