Segurança

Nove pessoas investigadas pela morte de prefeito de Granjeiro são presas em operação da Polícia Civil

Mais uma fase da operação com o objetivo de elucidar as circunstâncias da morte do prefeito do município de Granjeiro, João Gregório Neto (54), foi deflagrada nesta quarta-feira (15), pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Nove alvos investigados por participarem, direta ou indiretamente, da morte do político tiveram mandados de prisão preventiva e domiciliar cumpridos nas primeiras horas da manhã de hoje. A ofensiva policial mobilizou 60 policiais civis do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI Sul) e da Delegacia Regional de Crato, com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). Uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) também deu apoio à ação policial. Membros da Promotoria de Justiça de Granjeiro do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) colaboraram com os trabalhos.

Ao todo, os policiais civis foram em endereços nas cidades de Fortaleza, Crato, Juazeiro do Norte, Granjeiro e Salgueiro (PE) para cumprir 15 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão preventiva e domiciliar em desfavor dos alvos da investigação. O trabalho policial resultou nas prisões do atual prefeito do município Ticiano da Fonseca Felix (35) e do pai dele Vicente Felix de Sousa (61). Os dois foram presos preventivamente e são suspeitos de arquitetarem o plano que resultou na morte de João Gregório Neto e de articular a participação de outros suspeitos que de alguma forma colaboraram para o homicídio do político, no dia 24 de dezembro de 2018, véspera de Natal. O prefeito, que assumiu o cargo após a morte de João Gregório Neto, foi afastado.

A Polícia Civil também cumpriu mandados de prisão domiciliar contra Joaquim Maximiliano Borges (42), conhecido como “Max”, nomeado por Ticiano para ser secretário da administração da atual gestão municipal e teve o pedido de afastamento do cargo na prefeitura aceito pela Justiça; e Francisco Rômulo Brasil Leal dos Santos (59), gerente da loja de propriedade de Vicente. Outro alvo que teve prisão domiciliar cumprida foi Geraldo Pinheiro de Freitas (67), que, de acordo com as investigações teria financiado o esquema criminoso para executar o plano de morte do prefeito. Outras duas pessoas apontadas como financiadoras tiveram seus imóveis vistoriados pelos policiais civis, na manhã de hoje.

Quatro alvos de mandados de prisão preventiva cumpridos hoje participaram diretamente no homicídio, como apontam as apurações da Polícia Civil cearense. São eles: Anderson Mauricio Rodrigues (23), com antecedente criminal por receptação; Wendel Alves de Freitas Mendes (26), com passagens pelos crimes de furto, estelionato, receptação, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e por integrar organização criminosa; Willyano Ferreira da Silva (30), natural de Salgueiro (PE). Wendel e Willyano foram presos no último dia 9, em um imóvel na cidade do Crato, por força de um mandado de prisão temporária relativo à investigação do homicídio do prefeito de Granjeiro.

O quarto suspeito apontado como coordenador da execução do prefeito é o cabo da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Mayron Myrray Bezerra Aranha (29), com passagens por tentativa de homicídio, crimes de trânsito, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo. O PM está afastado preventivamente das funções e já se encontrava preso quando as equipes policiais foram cumprir o mandado. Ele também é investigado em um caso de tentativa de homicídio contra uma mulher de 23 anos, em maio deste ano, em Barbalha.

Durante a operação, a Polícia Civil apreendeu R$ 120 mil em espécie, quantia encontrada com o investigado Geraldo Pinheiro de Freitas, que está em prisão domiciliar. Um revólver calibre 38 com cinco munições de mesmo calibre foi apreendido na casa do tio do atual prefeito afastado Ticiano Félix, José Plácido da Cunha (53), que está com mandado de prisão preventiva, mas não pôde ser cumprido, pois ele não foi localizado no endereço. Ele é considerado foragido. Três notebooks, sete HDs e aparelhos celulares também foram recolhidos nos imóveis dos investigados.
Cronologia da investigação

No dia 9 de janeiro, a Polícia Civil apresentou detalhes iniciais do caso e divulgou a identidade de um dos investigados. O Poder Judiciário determinou que Vicente Félix de Souza (60), pai do atual prefeito de Granjeiro, utilizasse tornozeleira eletrônica e que se mantivesse em área de restrição específica, como medida cautelar.

Um segundo veículo apontado nas investigações que teria dado apoio à empreitada criminosa, modelo Chevrolet S10, de propriedade de um parente de Vicente, foi apreendido no mesmo dia. Documentos e aparelhos celulares encontrados em endereços de Vicente Félix também foram apreendidos e encaminhados para a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) para serem submetidos à análise pericial.

Ainda em janeiro, nos dias 16 e 28, em ações realizadas nos estados do Piauí e Maranhão, a Polícia Civil prendeu outros três homens que teriam ligação com o veículo – um Volkswagen Polo – foram presos. Para os investigadores, o automóvel foi utilizado pelos executores do crime.

Já no último dia 3 de março, José Plácido da Cunha (53) foi capturado em uma residência situada no bairro Cidade Nova, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. A prisão ocorreu por força de um mandado de prisão temporária em razão de ameaças realizadas pelo suspeito a testemunhas do caso, além de outros indícios de autoria delitiva do crime.

Willyano Ferreira da Silva (30) e Wendel Alves de Freitas Mendes (26) tiveram mandados de prisão temporária cumpridos no dia 9 de julho, quando foram localizados em um imóvel da cidade do Crato. Willyano é apontado como responsável por conduzir o Volkswagen Polo que foi utilizado pelos executores do crime. Já Wendel é suspeito de ter feito a articulação para conseguir o veículo usado no cometimento do homicídio e por ter auxiliado na fuga. Os dois são investigados por integrar uma organização criminosa que alugaria veículos de locadoras para serem utilizados em crimes e depois não devolviam os automóveis das empresas.

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