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Mãe segura filho nos braços pela primeira vez 73 dias após o nascimento

73 dias. Este foi o tempo que Maryane da Rocha Santos, 31, esperou para segurar o filho José Bernardo nos braços pela primeira vez. Considerado prematuro extremo, o bebê veio ao mundo no dia 8 de maio no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado. “Quando eu soube que ele já podia ir para casa, eu saí pulando de felicidade”, conta a mãe depois de a criança receber alta na última terça-feira (21). A alegria, no entanto, foi antecedida por momentos de angústia.

O parto de José Bernardo aconteceu em meio a diversas complicações. Grávida de 28 semanas, Maryane havia sido diagnosticada com Covid-19 e deu entrada no HGCC com um quadro de saúde delicado. A gestante chegou a ter uma parada cardiorrespiratória e ficou em coma induzido. A solução encontrada pela equipe clínica foi realizar a cesariana na própria UTI para tentar salvar o bebê, que nasceu pesando 1,359 Kg e medindo 40 centímetros. “Nunca vou esquecer. Eu peguei logo na minha barriga e perguntei pelo meu filho”, lembra Maryane, que só acordou dez dias após perder a consciência.

Recuperação

Recuperada, Maryane pôde voltar para casa em 22 de maio. Ao todo, foram 19 dias internada no HGCC. José Bernardo permaneceu na unidade, recebendo tratamento na UTI Neonatal e na Unidade de Médio Risco do Hospital. Durante o tempo de internação, o recém-nascido recebeu atendimento humanizado e todo o suporte necessário para garantir sua sobrevivência e recuperação. “Por conta da distância dos pais, a gente cria mais laços. Procuramos transferir para os bebês esse cuidado”, ressalta a pediatra Willzni Sales Rios, que acompanhou o garoto desde a entrada na UTI.

Como as visitas no HGCC foram suspensas devido à pandemia de coronavírus, a família tinha acesso ao estado clínico do bebê por imagens, vídeos e informações repassadas pelo Time de Acolhimento e Comunicação Neonatal. “Procuramos amenizar a distância para contribuir na formação dos laços afetivos dos pais com o bebê, manter o apoio psicológico aos familiares, permitindo o acompanhamento do desenvolvimento da criança”, esclarece a psicóloga Eleonora Pereira.

Sob aplausos de toda a equipe, Maryane e José Bernardo retornaram para casa. Um momento especial para os profissionais que torceram pela recuperação do menino. “Estive com ele desde quando chegou à UTI. Eu passava as informações diariamente. É bom estar aqui hoje”, lembra a enfermeira Ana Maria Maia de Mesquita. Agora completa, a família pode celebrar a saúde de mãe e filho. “É como se eu tivesse tido ele agora. Não tem como descrever. É Deus”, finaliza Maryane.

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