Durante a operação “Oriente 327”, que desmantelou um esquema de fraude na Previdência Social de Novo Oriente, identificou que uma estagiária de aproximadamente 18 anos, recentemente contratada, foi descoberta como parte do esquema.
Segundo as investigações, a estagiária foi cooptada pela organização criminosa para instalar equipamentos clandestinos que capturavam as senhas de servidores do INSS. Com acesso às senhas, o grupo fraudava benefícios previdenciários e contratava empréstimos consignados. A jovem, que possui ensino médio completo, trabalhava no atendimento ao público na unidade da Previdência Social.
Imagens de circuito de segurança da agência obtidas pela PF mostram a estagiária instalando os equipamentos, mas detalhes sobre a atuação dos intermediadores do grupo criminoso não foram revelados nesta fase da operação. O delegado Cláudio Carvalho ressaltou que pessoas com características semelhantes à estagiária são alvos preferenciais desse tipo de organização criminosa, que se especializa em fraudes no INSS, geralmente recrutando indivíduos humildes, terceirizados ou estagiários.
A estagiária, considerada pela Polícia Federal como coautora do esquema, pode ser responsabilizada por estelionato previdenciário e participação em organização criminosa. Ela teria sido contratada por valores muito baixos em comparação aos lucros obtidos com as fraudes.
A investigação teve início em 27 de abril deste ano, quando o setor de Inteligência da Previdência Social de Novo Oriente detectou a presença dos equipamentos clandestinos. Os aparelhos instalados pela estagiária, um roteador e um modem, permitiam a obtenção das senhas dos servidores. A organização criminosa reativava benefícios inativos, seja por óbito ou qualquer outro motivo, e realizava contratos de empréstimos consignados.
Durante a operação, a estagiária foi alvo de um mandado de busca e apreensão, e os equipamentos utilizados na agência da Previdência Social de Novo Oriente também foram recolhidos para perícia. Será realizada uma análise para determinar quantos benefícios foram reativados e o montante do prejuízo aos cofres públicos causado pela instalação desses equipamentos clandestinos.
(O POVO)