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O Ceará quebra paradigmas na maior seca da história.

 A maior seca já registrada na história do Ceará tem proporcionado desafios cada vez maiores e mais complexos ao Governo do Ceará. Pelo muito que foi feito ao longo da história, o Ceará sempre entendeu-se preparado para ciclos de escassez. E, de fato, este preparo tem-se revelado de várias formas e em várias situações. Mas, a inclemência da atual quadra de seca, mostra que novos rumos devem ser adotados. E que paradigmas precisam ser quebrados. Essa mudança já começou.

No início da gestão Camilo Santana, o Ceará entrava para o seu quarto ano ininterrupto de seca. A estiagem há muito restrita às populações rurais e aos pequenos distritos, chegava às sedes municipais, nas quais residem atualmente cerca de 80% da população do Estado. O governador ordenou de imediato, a elaboração do Plano Estadual de Convivência com o Semiárido. Integravam-se as ações, dando caráter interinstitucional ao enfrentamento dos efeitos da seca.

O grupo de técnicos do Estado que historicamente se reunia em torno de assuntos pontuais relativos ao abastecimento, passou a se encontrar semanalmente, agora anabolizado por novos atores. Em seguida, com a reunião semanal insuficiente, iniciou-se o processo de reunião permanente, via rede social de mensagens: 24 horas de atenção e vigilância. Isso tem garantido maior tempestividade às decisões. E, para, além disso, motivado ainda mais a equipe.

“A experiência do Ceará no enfrentamento aos efeitos da estiagem é um exemplo tanto para o Brasil quanto para o mundo”, exulta o secretário chefe do Gabinete do Governador, Élcio Batista. “Como é que se atravessam cinco anos de uma seca severa, da maior seca da história, sem que tenhamos cidades em colapso de água, e sem que deixássemos de atender à atividade econômica?” provoca.

Participam do Grupo de Contingência – tanto de forma virtual, quanto presencial – vários secretários de Estado das pastas com interface com soluções hídricas, chefes de órgãos e autarquias, e o gabinete do Governador. O próprio chefe do Executivo se reúne mensalmente com parte da equipe. A integração de toda essa massa crítica vem garantindo agilidade nas respostas e a obtenção de soluções para graves problemas de abastecimento.

“Fazemos essa reunião toda sexta-feira. Nela, nós passamos município por município do Ceará para constatar quais os que enfrentam maior crise. Assim hierarquizamos as nossas medidas quanto ao nível de criticidade desses municípios”, explica o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira. Segundo ele, nessas reuniões são decididas, por exemplo, a destinação das 17 máquinas perfuratrizes da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra). “Temos inúmeras demandas, quase sempre legítimas, mas é nessas reuniões, de acordo com critérios técnicos, que destinamos nossos esforços”, ensina.

Adutoras“Temos conseguido, não sem muito esforço, levar no paralelo, obras emergenciais – como as adutoras de montagem rápida – e obras estruturantes, como a construção de barragens e o Cinturão das Águas, uma das maiores obras hídricas em curso no País”, destaca Teixeira. Já o secretário Élcio Batista ressalta o pioneirismo do Ceará ao encarar obras como a construção de um poço horizontal para captação de água subterrânea. “Isso só era usado no Brasil para produção de petróleo”, ressalta.

Poços

O solo dos sertões cearenses é pobre em água subterrânea. Além de pouca, a água costuma ter a qualidade comprometida em função das altas concentrações de sais. Mais um paradigma a ser quebrado. Foi com a certeza de que água ruim é aquela que não existe, que o Ceará iniciou o desenvolvimento do maior programa de construção de poços já visto no Ceará. São mais de quatro mil poços construídos no atual governo. “O governo Camilo Santana construiu quase 40% do total de poços feitos pelo Estado em 30 anos de Sohidra. Isso já mostra a determinação do governador em enfrentar o problema”, avalia Teixeira.

Dessa forma, cidades inteiras são hoje abastecidas com água subterrânea. Se o poço apresenta baixa vazão, instala-se chafariz. Não há água perdida. Um só município – Boa Viagem, no Sertão de Canindé – já recebeu mais de 200 poços na busca pelo mínimo de vazão que garanta o abastecimento. Em Pedra Branca, em virtude das baixas vazões encontradas nos poços construídos, uma rede adensada de chafarizes foi montada na malha urbana. Dessa forma, se não tem água na torneira, o cidadão a encontra a alguns passos da porta de casa. Toda água se aproveita.

Cinturão das Águas e Transposição do São Francisco

Além das ações mais emergenciais, uma grande aposta do Governo para ampliar em larga escala a infraestrutura hídrica cearense é o Cinturão das Águas do Ceará (CAC). A obra vai aumentar a garantia do abastecimento humano da região do Cariri – a segunda mais populosa do Estado, com mais de 1 milhão de habitantes –, além de tornar mais eficiente a chegada da água para 3,5 milhões de habitantes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Os mais de 150 km de canais vão se interligar com a Transposição do São Francisco, levando as vazões excedentes para os açudes Castanhão e Óros. O trecho 1 da obra está com mais de 80% de execução e, ao todo, o CAC deve receber investimentos de mais de R$ 2 bilhões.

O Eixo Norte da Transposição do São Francisco, que vai se conectar com o Ceará, está em fase final de conclusão. O Ministério da Integração Nacional garante que, até o começo do ano que vem, as tão sonhadas águas do “Velho Chico” estejam correndo em solo cearense. Com mais de 477 km de extensão em dois eixos (Leste e Norte), o Projeto de Integração do Rio São Francisco vai beneficiar mais de 12 milhões de pessoas, espalhadas pelos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Inovação

Também das dunas a Oeste de Fortaleza, no Cumbuco, o Estado do Ceará está construído o primeiro Poço Direcional (poço com tramos horizontais) para captação de água do País. A técnica já é difundida mundialmente na exploração de petróleo. Em breve, estará produzindo água no Ceará.

A captação de água dos leitos secos de rios e açudes não é propriamente uma inovação. Já é feita pelo sertanejo há séculos, explorando os aluviões nos períodos de maior escassez. Contudo, a construção de uma rede de poços dentro de um leito seco de uma barragem, ou a utilização de ponteiras próprias para rebaixamento de lençol freático na obtenção da última água do manancial, dá a dimensão do caráter inovador dessa gestão.

Ao olhar para o novo, o governador Camilo Santana deu início ao processo que culminará na primeira usina de dessalinização para abastecimento de uma capital brasileira. O edital já foi lançado pela Cagece e pretende, inicialmente, produzir um metro cúbico por segundo de água. A semente do reúso dos efluentes de esgoto também já foi plantada e promete manter o Ceará na vanguarda quando se trata de recursos hídricos. “Nisso também somos pioneiros: fomos o primeiro estado a lançar uma proposta para as empresas privadas possam analisar a viabilidade técnica e econômica para implantação de uma usina de dessalinização de grande porte”, destaca o secretário Batista.

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